Com o
bloqueio do WhatsApp, pessoas que usam o aplicativo para trabalhar tiveram de
buscar rapidamente outras alternativas para não ter prejuízos, mas alguns
enfrentaram dificuldades para conseguir se comunicar.
A coach
Miyoko Sandra Isogawa Nishida, de 50 anos, tinha três reuniões para fechar
contratos terça-feira, mas só conseguiu falar com dois clientes. “Mandava as
mensagens e as pessoas não recebiam (por causa do bloqueio). Liguei, mas não
consegui falar com a terceira pessoa. Justamente hoje (19) tinha agendado esses
encontros para explicar quanto custa e como iria funcionar. Quase perdi três
negócios e é isso que me sustenta”, conta.
Miyoko
diz que usa o aplicativo diariamente não só com as pessoas que atende. “Tenho
12 grupos com clientes, família. Todo mundo usa porque o WhatsApp, além de
registrar a conversa, é mais rápido.”
O
empresário Tadeu Garcia, de 34 anos, tem uma produtora artística na área de
eventos e também encontrou dificuldades para manter a agilidade no trabalho que
realiza. “Uso bastante para falar com a minha equipe e com os clientes. Tenho
grupos ativos para a entrega de material de eventos. Como é um meio de
comunicação rápido e ágil, deixo o e-mail em segundo plano.”
Garcia
diz que já tinha instalado o Telegram e pediu para que o restante da equipe
também começasse a usar o aplicativo. Mesmo assim, não conseguiu evitar que
perdesse mais tempo ao fazer contato com os clientes. “Estou mandando e-mail e
ligando. Uma mensagem de WhatsApp demora cinco segundos para mandar. Uma
ligação dura dois a três minutos e, ao longo do dia, a gente perde duas horas.
Mas estamos voltando a usar a função original do celular, que é como telefone.”
O
empresário, que também usa o aplicativo para falar com a família e com os
amigos, afirma que os bloqueios deveriam ter alvos específicos.
“Não sei
se essas empresas não têm acesso aos dados, mas isso deveria ser mais
direcionado, com um bloqueio parcial ou individual.”
Organização
Vocalista
da banda Vó Tereza, Natan Kurata, de 27 anos, conta que várias decisões tomadas
pelos sete integrantes do grupo são feitas pelo WhatsApp. “Nós nos conhecemos
desde a faculdade e usávamos o Orkut e grupos de e-mail. O WhatsApp é rápido e
dinâmico, conseguimos mandar áudios e vídeos. Como somos muitos, facilita a
comunicação.”
Ele conta
que a banda começaria a conversar sobre o lançamento do novo CD, previsto para
novembro, quando o aplicativo foi bloqueado. “Temos grupos que já ficam em
stand by para quando o Whats tem o problema. Temos um grupo no Facebook e outro
no Telegram. Quando falha, a gente vai para lá.
Não chega
a prejudicar a ponto de parar a gente, mas o WhatsApp virou rotina e, quando
tem de migrar, tem de mudar os hábitos”, explica.
A modelo
Leila Miana, de 31 anos, estava viajando de Juiz de Fora (MG) para São Paulo
quando as informações sobre o bloqueio do aplicativo começaram a ser
divulgadas.
“Não
estava acompanhando as notícias e, quando abri, vi que não estava funcionando.
Como fui pega de surpresa, fiquei um pouco perdida.” Ela viajou para participar
de um evento com foco em tatuagens e para fazer um ensaio fotográfico, mas a
falta do aplicativo desorganizou a sua agenda.
“Não sei
se o ensaio que vou fazer no horário do almoço está de pé e não consegui
resolver. Tentei por outros meios, não recebi uma confirmação. A gente está
muito dependente da ferramenta”, afirma a modelo.
Leila diz
que, das outras vezes, estava mais preparada e instalou outros aplicativos. Ela
não concorda com os bloqueios da ferramenta. “A situação fica tumultuada e
acaba nos punindo por um erro que não é nosso.”
Fonte: Isto é
Fonte Isto é: jornal O Estado
de S. Paulo
Link:http://istoe.com.br/bloqueio-do-whatsapp-tumultua-rotinas-e-negocios/
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