quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Muito além dos recordes



Saiba como a tecnologia que apoiará a Olimpíada mais conectada da história vai trazer benefícios para o Rio de Janeiro após o evento

Autor:  Moacir Drska

A menos de uma semana do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a quebra de alguns recordes já é dada como certa. Com mais de 61 mil horas de transmissões, a maratona esportiva terá uma audiência de 5 bilhões de pessoas, ante 4,3 bilhões na Olimpíada de Londres. A projeção é de 130 milhões de horas de vídeos assistidos via smartphones. Mas, à parte dos números superlativos, qual será a herança para a Cidade Maravilhosa? Com um gasto total de R$ 39,1 bilhões, muitas obras relacionadas ao evento têm problemas ou estão atrasadas. No entanto, há avanços em áreas essenciais.
E, do Veículo Leve sobre Trilhos à revitalização de áreas degradadas, a tecnologia exerce um papel fundamental. “A Rio 2016 terá os melhores serviços de telecom do mundo”, diz Marcello Miguel, diretor-executivo de marketing e negócios da Embratel, patrocinadora do evento. “E toda a estrutura que construímos ficará de legado para o Rio.”, Ele ressalta a rede de 370 quilômetros de fibra ótica construída para a Olimpíada. Outro destaque foi o projeto da Hewlett-Packard Enterprise para a construção de uma rede de 100 quilômetros de fibra ótica no Aeroporto do Galeão, com um investimento de R$ 50 milhões.
O conceito de cidade inteligente também ganhará força. Uma das apoiadoras dos Jogos, a Cisco desenvolveu uma série de aplicativos em parceria com startups, com adoção inicial no Porto Maravilha. O leque inclui um sistema que alerta os órgãos competentes sobre bueiros sem manutenção, um problema recorrente na cidade. “Usamos o Porto Maravilha como um laboratório vivo para criar tecnologias que resolvem desafios urbanos”, diz Rodrigo Uchoa, diretor de novos negócios da Cisco. A incorporação da tecnologia ao dia a dia da cidade foi também uma das prioridades da EMC.
A empresa desenvolveu uma plataforma capaz de capturar dados das mais diversas fontes – de semáforos aos celulares dos cariocas. O cruzamento dessas informações com os sistemas de órgãos como Defesa Civil e Polícia Militar, abre espaço para aplicações que aprimorarm, por exemplo, o transporte público. “Uma das grandes heranças da Olimpíada é a colaboração”, diz Karin Breitman, cientista-chefe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da EMC. “Foi uma oportunidade ímpar para todos perceberem que é preciso unir forças para construir tecnologias relevantes.”
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LEGADO OLÍMPICO
Os avanços relacionados à Rio 2016
1 - MOBILIDADE URBANA
•Obra mais cara relacionada ao evento, a construção da linha 4 do metrô concentra um orçamento de R$ 9,7 bilhões. A nova estrutura ligará Ipanema à Barra da Tijuca. Com o projeto concluído, o trecho será percorrido em 13 minutos.
•Corredor exclusivo de ônibus que liga o Recreio dos Bandeirantes ao Complexo de Dedoro, a Transolímpica tem 26 km de extensão
•Com 28 km, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) liga a Região Portuária ao Aeroporto Santos Dumont. Quando estiver integrado ao metrô, trens, barcas e BRT, a estimativa é transportar 300 mil passageiros por dia.
2 - AEROPORTOS
•GALEÃO – Com um aporte de R$ 2 bilhões, inaugurou, em maio, o Píer Sul, área de 100 mil metros quadrados, que inclui, entre outros recursos, 26 novas pontes de embarque. Um projeto de R$ 50 milhões da Hewlett-Packard Enterprise, em parceria com a Aruba, renovou a rede de telecomunicações do aeroporto, com a construção de 100 km de fibra ótica. Com versões em diversos idiomas, a iniciativa envolveu ainda o desenvolvimento de um aplicativo que fornece orientações para os turistas sobre locais como restaurantes, lojas e hotéis.
3 - HOTELARIA
•A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) estima que o setor investiu R$ 10 bilhões em novos empreendimentos nos últimos seis anos na capital fluminense. Levando-se em conta todas as modalidades de hospedagens, como hotéis, motéis e albergues, o Rio tinha no início de 2015 cerca de 25 mil quartos. Para a Olimpíada, a projeção é de que esse número chegue a 56 mil quartos.
4 - TECNOLOGIA E TELECOM
•Para o evento, foi construída uma rede de fibra ótica de 370 km, com redundância tripla. A estrutura inclui um cabo submarino que interliga o Brasil e países da América Latina, além dos Estados Unidos
•Construção de dois data centers com certificação internacional TIER III, um dos mais altos padrões de segurança do setor
•300 câmeras com softwares de reconhecimento facial instaladas
•Desenvolvimento de aplicativos de cidade inteligente. Os exemplos incluem uma aplicação que alerta os órgãos competentes sobre a necessidade de manutenção em bueiros; um sistema que detecta, pelo áudio, incidentes como tiros e acidentes de trânsito; e quiosques pelos quais os turistas conseguem interagir com profissionais da Riotur, via telepresença e em vários idiomas.
5 - PORTO MARAVILHA 
• Com um orçamento de mais de R$ 8 bilhões e ainda em andamento, o projeto visa revitalizar a Região Portuária do Rio, uma área de 5 milhões de metros quadrados. Entre outras ações, envolve a urbanização de ruas, construção de túneis e a criação de um polo cultural.

Fonte: Istoé Dinheiro
Link: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20160801/legado-tecnologico-dos-jogos-olimpicos-rio-2016/398283

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