Saiba como a
tecnologia que apoiará a Olimpíada mais conectada da história vai trazer
benefícios para o Rio de Janeiro após o evento
Autor: Moacir
Drska
A menos de uma semana do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a quebra de
alguns recordes já é dada como certa. Com mais de 61 mil horas de transmissões,
a maratona esportiva terá uma audiência de 5 bilhões de pessoas, ante 4,3
bilhões na Olimpíada de Londres. A projeção é de 130 milhões de horas de vídeos
assistidos via smartphones. Mas, à parte dos números superlativos, qual será a
herança para a Cidade Maravilhosa? Com um gasto total de R$ 39,1 bilhões,
muitas obras relacionadas ao evento têm problemas ou estão atrasadas. No
entanto, há avanços em áreas essenciais.
E, do Veículo Leve sobre Trilhos à revitalização de áreas degradadas, a
tecnologia exerce um papel fundamental. “A Rio 2016 terá os melhores serviços
de telecom do mundo”, diz Marcello Miguel, diretor-executivo de marketing e
negócios da Embratel, patrocinadora do evento. “E toda a estrutura que
construímos ficará de legado para o Rio.”, Ele ressalta a rede de 370
quilômetros de fibra ótica construída para a Olimpíada. Outro destaque foi o
projeto da Hewlett-Packard Enterprise para a construção de uma rede de 100
quilômetros de fibra ótica no Aeroporto do Galeão, com um investimento de R$ 50
milhões.
O conceito de cidade inteligente também ganhará força. Uma das apoiadoras
dos Jogos, a Cisco desenvolveu uma série de aplicativos em parceria com
startups, com adoção inicial no Porto Maravilha. O leque inclui um sistema que
alerta os órgãos competentes sobre bueiros sem manutenção, um problema
recorrente na cidade.
“Usamos o Porto Maravilha como um
laboratório vivo para criar tecnologias que resolvem desafios urbanos”, diz
Rodrigo Uchoa, diretor de novos negócios da Cisco. A incorporação
da tecnologia ao dia a dia da cidade foi também uma das prioridades da EMC.
A empresa desenvolveu uma plataforma capaz de capturar dados das mais
diversas fontes – de semáforos aos celulares dos cariocas. O cruzamento dessas
informações com os sistemas de órgãos como Defesa Civil e Polícia Militar, abre
espaço para aplicações que aprimorarm, por exemplo, o transporte público. “Uma
das grandes heranças da Olimpíada é a colaboração”, diz Karin Breitman,
cientista-chefe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da EMC. “Foi uma
oportunidade ímpar para todos perceberem que é preciso unir forças para
construir tecnologias relevantes.”
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LEGADO OLÍMPICO
Os avanços relacionados à Rio 2016
1 - MOBILIDADE URBANA
•Obra mais cara relacionada ao evento, a construção da linha 4 do metrô
concentra um orçamento de R$ 9,7 bilhões. A nova estrutura ligará Ipanema à
Barra da Tijuca. Com o projeto concluído, o trecho será percorrido em 13
minutos.
•Corredor exclusivo de ônibus que liga o Recreio dos Bandeirantes ao Complexo
de Dedoro, a Transolímpica tem 26 km de extensão
•Com 28 km, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) liga a Região Portuária ao
Aeroporto Santos Dumont. Quando estiver integrado ao metrô, trens, barcas e
BRT, a estimativa é transportar 300 mil passageiros por dia.
2 - AEROPORTOS
•GALEÃO – Com um aporte de R$ 2 bilhões, inaugurou, em maio, o Píer Sul, área
de 100 mil metros quadrados, que inclui, entre outros recursos, 26 novas pontes
de embarque. Um projeto de R$ 50 milhões da Hewlett-Packard Enterprise, em
parceria com a Aruba, renovou a rede de telecomunicações do aeroporto, com a
construção de 100 km de fibra ótica. Com versões em diversos idiomas, a
iniciativa envolveu ainda o desenvolvimento de um aplicativo que fornece
orientações para os turistas sobre locais como restaurantes, lojas e hotéis.
3 - HOTELARIA
•A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ)
estima que o setor investiu R$ 10 bilhões em novos empreendimentos nos últimos
seis anos na capital fluminense. Levando-se em conta todas as modalidades de
hospedagens, como hotéis, motéis e albergues, o Rio tinha no início de 2015
cerca de 25 mil quartos. Para a Olimpíada, a projeção é de que esse número
chegue a 56 mil quartos.
4 - TECNOLOGIA E TELECOM
•Para o evento, foi construída uma rede de fibra ótica de 370 km, com
redundância tripla. A estrutura inclui um cabo submarino que interliga o Brasil
e países da América Latina, além dos Estados Unidos
•Construção de dois data centers com certificação internacional TIER III, um
dos mais altos padrões de segurança do setor
•300 câmeras com softwares de reconhecimento facial instaladas
•Desenvolvimento de aplicativos de cidade inteligente. Os exemplos incluem uma
aplicação que alerta os órgãos competentes sobre a necessidade de manutenção em
bueiros; um sistema que detecta, pelo áudio, incidentes como tiros e acidentes
de trânsito; e quiosques pelos quais os turistas conseguem interagir com
profissionais da Riotur, via telepresença e em vários idiomas.
5 - PORTO MARAVILHA
• Com um orçamento de mais de R$ 8 bilhões e ainda em andamento, o projeto visa
revitalizar a Região Portuária do Rio, uma área de 5 milhões de metros
quadrados. Entre outras ações, envolve a urbanização de ruas, construção de
túneis e a criação de um polo cultural.
Fonte:
Istoé Dinheiro
Link: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20160801/legado-tecnologico-dos-jogos-olimpicos-rio-2016/398283