Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda, não vê necessidade de mudanças nas regras do programa de repatriação
A Receita
Federal prepara uma operação de fiscalização sobre os contribuintes que remeteram
dinheiro ilegalmente para o exterior e não aderirem ao programa de repatriação
de recursos. O órgão diz já ter em mãos uma ampla base de dados sobre o
patrimônio de brasileiros no exterior formado com recursos enviados
irregularmente por pessoas físicas e empresas. Estão em processamento pela área
de Fiscalização da Receita cerca de 8 mil transações suspeitas.
A ideia é
iniciar a operação de fiscalização logo após o fim do prazo de adesão dos
contribuintes ao programa de repatriação, marcado para 31 de outubro. A
arrecadação de recursos com o programa, que dá anistia penal aos contribuintes,
está estagnada principalmente porque muitos contribuintes esperam por mudanças
nas regras, como vem sendo especulado tanto dentro quanto fora do governo. O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário da Receita, Jorge
Rachid, no entanto, consideram que não há necessidades de mudanças.
Segundo
uma fonte do Ministério da Fazenda, a base de dados sobre o patrimônio dos
contribuintes está sendo incrementada com trocas de dados de países com os
quais o Brasil tem acordos bilaterais. Há casos até de contribuintes que
enviaram recursos ilegalmente e criaram fundos de investimento no exterior para
fazer aplicações no Brasil, que tem taxas de juros mais elevadas como se fossem
estrangeiros, fugindo do Imposto de Renda.
A troca
de informações ficou mais ágil depois que os países desenvolvidos, entre eles
os Estados Unidos, passaram a exigir informações do bancos, criando um ambiente
de hipervigilância tributária. Já está em vigor o acordo do Brasil com os
Estados Unidos, o Fatca, que obriga os bancos a repassarem informações
bancárias referentes a saldos em contas, rendimento anual, além de receitas de
juros e dividendos.
Segundo o
professor de direito da Universidade de São Paulo, Heleno Torres, que trabalhou
na elaboração da lei, a troca de informações é mais rápida porque as
informações estão uniformizadas. "Hoje, tem um padrão internacional,
seguido pelos bancos, que agiliza o serviço entre os fiscos", disse. Para
ele, o contribuinte tem de levar a sério o programa e declarar todo o
patrimônio no exterior.
A partir
de 2018, a Receita terá informações de movimentações bancárias de 96 países e
contará com força maior para a fiscalização dos casos de evasão fiscal por
conta de convenção internacional que entrou em vigor este ano.
Pressa
A Receita
tem pressa nas fiscalizações por causa do prazo de cinco anos para cobrar os
impostos devidos que não foram declarados pelos contribuintes. O prazo começa a
contar no ano subsequente ao fato gerador. A lei dá anistia para o patrimônio
existente até 31 dezembro de 2014, o que permite na prática os auditores
cobrarem o imposto que não foi declarado a partir de 2012. Já o crime de evasão
de divisas prescreve em 16 anos e, de lavagem de dinheiro, em 12 anos.
"Se
o contribuinte não aderir, não terá anistia penal", alertou uma fonte da
Receita, que acredita que o Ministério Publico poderá agilizar os processos
penais com base nas informações trocadas pelos países.
As informações são do IG ECONOMIA
Fonte: Contadores CNT
Link: http://contadores.cnt.br/noticias/tecnicas/2016/07/21/receita-prepara-fiscalizacao-sobre-contribuinte-que-nao-repatriar-recursos.html
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